28 de fev. de 2011

Violência doméstica: Quando o amor machuca

Mulheres em situação de violência necessitam de acompanhamento psicológico e apoio familiar para sair uma relação doente


Outro dia, a caminho do consultório, fiz uma pausa para comprar uma água e me deparei com uma situação bem interessante: duas mulheres discutindo a notícia de um jornal, onde dizia que o marido matou a esposa por ciúmes. A mais nova, aparentando uns 20 anos, era a favor do “amor que mata”, pois segunda ela, não existe nada mais forte e bonito do que esse tipo de amor. Então, podemos iniciar esse texto com uma reflexão: será que isso é amor?
Exemplos não faltam, é só olhar ao nosso redor ou para as nossas próprias vidas: ciúmes, dependência emocional ou financeira, baixa auto-estima, brigas constantes e etc. Se procurarmos o significado da palavra amor no dicionário podemos encontrar diversas definições, eu escolhi essa: “Grande afeição de uma a outra pessoa”. Então, podemos dizer que o amor é “querer bem a outra pessoa”, portanto, atos de violência ou exemplos citados acima (ciúmes, dependência, etc) podem demonstrar qualquer coisa menos amor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a violência doméstica como um problema de saúde pública, pois afeta a integridade física e a saúde mental. Os efeitos da violência doméstica, sexual e racial contra a mulher sobre a saúde física e mental são evidentes para quem trabalha na área.
Mulheres em situação de violência freqüentam com assiduidade os serviços de saúde e em geral com “queixas vagas”, numa seqüência crescente de episódios, do qual o homicídio é a manifestação mais extrema.
No Brasil, a cada quinze (15) segundos uma mulher é vítima de violência. As estatísticas disponíveis e os registros nas Delegacias Especializadas de Crimes contra a Mulher demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio marido ou companheiro e mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramentos, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos.
O tema é sério e merece atenção, tanto que para cuidar deste problema foram criadas delegacias especializadas no atendimento a mulher, abrigos, programas sociais e mais recentemente a Lei Maria da Penha. Além de ser tema de filmes e novelas.
É claro que muito deve ser feito, principalmente em relação a políticas públicas de prevenção e orientação, da mesma forma, temos que dar nossa contribuição não aceitando nenhum tipo de violência seja ela física ou mental. É preciso que fique claro que uma pessoa não se torna agressiva de um dia para o outro, por isso um tapa, uma voz mais alta podem ser sinais de agressividade e que no dia a dia não prestamos atenção. Da mesma forma que não existe justificativa para a violência (Ex: “ele está nervoso com o trabalho”; “é a bebida que faz isso com ele”; “eu mereci pois não fiz o que ele pediu”, etc).
Outra questão importante é o fato das mulheres não denunciarem ou retirarem a queixa depois que o casal faz as “pazes”. Na minha experiência, a violência é só a “cereja do bolo”, finalizando uma história muito mais longa, de dependência emocional e financeiras. Não é raro encontrar mulheres que preferem a agressão à solidão.
Portanto, de nada adianta leis de proteção se ela própria não consegue se defender do seu pior inimigo: ela mesma. Por isso, o acompanhamento psicológico, grupos e apoio familiar são de extrema importância para que a mulher não se sinta só e para que ela tenha forças de sair de uma relação doente.

Lembrem-se: só existe um agressor se existe um agredido.

Por Andreia Mattiuci

2 de fev. de 2011

Corrimento vaginal: tire suas dúvidas

O corrimento vaginal é um dos problemas ginecológicos mais comuns e na maioria dos casos pode ser evitado


Também conhecido como vaginite, o corrimento vaginal é um dos problemas ginecológicos mais comuns na mulher. Trata-se de uma inflamação dos tecidos vaginais, que passam a produzir uma secreção anormal. Toda mulher produz secreção vaginal, que é incolor, sem cheiro, não causa coceira e muda de consistência no decorrer do mês conforme as fases do ciclo menstrual.
Um dos primeiros indícios de corrimento vaginal é quando a secreção apresenta coloração diferente: amarelada, acinzentada ou esverdeada. Outro sinal de corrimento é quando a secreção apresenta odor desagradável. Pode haver ainda coceira ou ardor na vagina e vontade mais frequente de urinar.

Causas

São vários os fatores que podem provocar o corrimento vaginal. Dentre eles, estão o uso de roupas apertadas e tecidos sintéticos, que abafam e impedem a ventilação dessa área e favorecem a instalação de fungos e bactérias.
Outro fator causador do corrimento vaginal é a utilização de produtos perfumados, como amaciantes ou sabonetes e até mesmo papel higiênico, pois aumentam o risco de irritação. As doenças sexualmente transmissíveis, baixa imunidade e até mesmo estresse favorecem a vaginite.

Como evitar

O problema tem tratamento simples, mas na maioria dos casos pode ser evitado. A melhor forma de prevenção está na mudança de hábitos comuns. Evite usar calças jeans ou roupas muito apertadas e de tecidos como a lycra.
Dê preferência para o uso de calcinhas de algodão, não use roupas íntimas e toalhas de outras pessoas e seque bem o corpo depois do banho. Outra forma de evitar o corrimento vaginal é tendo cuidados redobrados com a higiene íntima, o que evita também a infecção urinária.
O uso da camisinha nas relações sexuais é indispensável, pois previne da transmissão por bactérias.

Tratamento

O objetivo do tratamento para corrimento vaginal é eliminar os microorganismos responsáveis pela inflamação. Para isso, são utilizados antibióticos, antifúngicos, bactericidas ou comprimidos.
Ao notar um corrimento diferente do normal, procure imediatamente um médico e jamais faça a automedicação. É importante alertar que se não for tratado, um corrimento vaginal aparentemente simples pode se agravar e levar a inflamações no útero, trompas e ovários.

Por Deborah Busko